segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Falando de cinema..













Recentemente assisti um filme extremamente dramático: "Foi Apenas um Sonho"(Revolutionary Road), com Kate Winslet e Leonardo DiCaprio.
Eu havia lido uma crônica de Martha Medeiros, que comentou sobre o filme, o que me deixou muito curiosa em vê-lo.
Não deu outra! Achei de uma profundidade incrível.. chamou-me a atenção o aspecto real dos personagens, que nada têm de vilões ou heróis; mas, que em tudo refletem os dilemas de todos os humanos.
Por tantas reflexões que fiz.. deixo aqui a sugestão para que assistam esse filme e, também, um trecho da crítica de Martha Medeiros que foi publicada na ZH, em jan/2009.


Belo casal mora numa bela casa com um belo jardim e belos filhos. O marido está adaptado à rotina, mas a mulher arrasta correntes. Sente-se uma estrangeira dentro da própria vida. Queria ser alguém especial, e não apenas mais uma como as outras, com um destino facilmente presumível: repetir os dias. Em determinado momento do filme, um diálogo rápido e cortante resume seu estado de espírito. Ao se abrir com o vizinho a respeito desse seu vazio inquietante, ele se mostra compreensivo: “Eu entendo. Você queria sair dessa, não?”. Ela responde: “Eu queria entrar!”. É o toque de mestre do diretor Sam Mendes, que mais uma vez acerta a mão ao tratar sobre o desespero de se deixar engolir pelo caminho mais fácil: viver a vida de todo mundo. Kate Winslet, excelente no papel da dona-de-casa entediada que sonha em ser atriz e morar na França, inverte o lugar-comum com essa sua resposta inesperada. Vivendo um cotidiano aparentemente perfeito, ela não está dentro do jogo - está fora. Não está enquadrada - está vivendo à margem. Sua intuição diz que a vida acontece no imprevisto, na mudança, no movimento, nos mergulhos culturais, na troca de ideias, estando em trânsito, e não estacionada. Ela está presa do lado de fora. Não precisa sair, já foi “saída” pelo comodismo, já está expulsa do seu paraíso imaginário, lá onde ela não seria mais uma, ao menos não a seus próprios olhos. Pode dar a impressão que ela é a antenada do casal, e ele (Leonardo DiCaprio, extraordinário) é o careta, o conformado, mas não é bem assim. A questão não se trata de quem sonha mais alto. A questão é: você está dentro? Não interessa se a porta que você escolheu abrir te leva pra uma casa no meio do mato, para a movida madrilenha, para um ashram na Índia, para um farol numa ilha desabitada ou para uma cobertura em Nova York – são apenas cenários, enquanto que o dilema a ser resolvido em nossas vidas está no roteiro: você está satisfeito com a condução do seu personagem? Se avaliar sua própria história até aqui, dá pra dizer que era esse o filme que você sonhava participar? Sente-se confortável no seu papel, seja ele qual for? Então está dentro?

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Estas fui eu que fiz... em algum lugar no século passado.




Laços

Sofrer nada mais é do que morrer em partes,
estar sem rumo, sem prumo, sem hastes.

Se eu pudesse mudar teu mundo,
fazer teu mundo girar no meu.

Fazer denovo o mundo todo
olhar teu mundo nos olhos meus.

Contagiar toda essa gente
que vê a gente sem entender
que nos teus passos que ainda sigo
desfiz meus laços sem perceber.

Olhe..


Aquelas estrelas
estão brilhando para nós.

A lua
quer iluminar nosso beijo apaixonado.

O mar
está calmo e sereno.

E este silêncio
diz mais que mim palavras.

Estamos sós
e nada vale mais que este momento.

Que seja eterno
enquanto pudermos sentir
o brilho das estrelas,
a luz da lua
e a tranquilidade do mar.

Mesmo em noites de vento e chuva
enquanto pudermos ouvir este silêncio
seremos felizes
simplesmente por estarmos juntos.

by Lisi, em 14/07/99.